Projeto Piloto: Anjos da Mata

Nos últimos anos os incêndios em florestas nas regiões brasileiras tem aumentado em função do aquecimento global bem como das queimadas em ações ilegais de desmatamento e a cultura  de atear fogo  no solo, como no caso  para colheita de cultura de cana  de açúcar.
Segundo os dados do INPE na mídia (Vialli, 2010), ocorreram 40245 focos de incêndio ao longo de 2010, 30% a mais que o mesmo período de 2009. Um dos dados mais preocupantes é o aumento de incêndios em áreas de proteção ambiental, um aumento de 300% em relação ao ano passado.
O impacto ambiental das queimadas e incêndios florestais vêm preocupando, há décadas, a comunidade científica, ambientalistas e a sociedade em geral, pois interferem na harmonia da biodiversidade e na saúde humana. Os incêndios florestais além de levar muito tempo para a vegetação se regenerar, podem causar alterações de forma irreversível no equilíbrio do meio natural. O aumento dos incêndios tem impactado a qualidade do ar, aumentando o desconforto desencadeado pela estiagem, problemas respiratórios, visibilidade nas estradas e contribuindo para o efeito estufa.
Segundo noticia na mídia ( Vialli, 2010) o Brasil  ainda não possui um plano de emergência para combater as queimadas e incêndios florestais. Isto significa que as florestas nativas estão desprotegidas e as ações de combates de incêndio são feitas de forma pontual, envolvendo a estrutura local que muitas vezes não tem uma infraestrutura adequada para adentrar em áreas de difícil acesso e  pessoal especializado. O incêndio de florestas em época de estiagem é uma situação recorrente que demanda um planejamento estratégico de prevenção.
O Vale Paraíba é uma das regiões que mais sofreu com o desmatamento desordenado de suas florestas nativas em função da agricultura no passado. A queimada foi uma pratica recorrente muito utilizada nas áreas de agricultura e pecuária na região, desencadeando no tempo o empobrecimento do solo.  A queimada ainda é uma prática presente e muito utilizada no Brasil para a limpeza do solo e no processo de colheita como no caso da cana de açúcar.

As florestas nativas da Mata Atlântica remanescentes na  bacia do Vale Paraíba do Sul representam  hoje aproximadamente 10 % (?) e encontram-se fragmentada ao longo da região na Serra do Mar e da Mantiqueira.
Elas também sofrem com os incêndios naturais provocados pela estação de estiagem bem como pelos incêndios controlados nas plantações existentes nas suas fronteiras.
O Brasil é carente de equipes especializadas e equipamentos voltados para o combate aéreo de incêndios florestais, apenas o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais possui três aeronaves agrícolas  de fabricação nacional adaptada para este fim.
As principais vantagens do combate de incêndio aéreo são:

Partimos do projeto Corredores Ecológicos do Vale do Paraíba concebido por um grupo de instituições com objetivo de participar na conservação e restauração da Mata Atlântica na região do Vale do Paraíba por meio de projetos e ações integradas a dinâmicas sociais locais para pensar as ações desta proposta em questão.
A proposta de reflorestamento aéreo do Projeto Reflora desenvolvido pelo IPT em 1989 em Cubatão, foi outro projeto que nos levou a ajudou a desenhar este projeto piloto.
A peletização em gel hidrofílico das sementes mostrou-se eficaz na semeadura aérea em função da distribuição correta na mata e no seu processo de desenvolvimento. Outra questão apontada foi o custo de produção por semeadura aérea de uma planta de 50 cm de altura ser dez vezes menor do que o custo de uma muda similar produzida em viveiro convencional.  Outra questão é a capacidade de cobertura do avião ser de 1000 hectares por dia.
O objetivo geral deste projeto piloto é desenvolver ações aéreas no combate aos incêndios florestais, auxiliando o combate terrestre bem como no reflorestamento dos corredores ecológicos do Vale Paraíba do Sul.
Os objetivos específicos são:

Desta forma, este projeto pretende contribuir com a proposta do Corredor Ecológico que consiste na recuperação da cobertura vegetal  e na ligação das Serras do Mar e da Mantiqueira a partir da criação de faixas contínuas de floresta, colaborando para a recuperação de sua biodiversidade e preservação dos  seus recursos hídricos.
Um dos grandes obstáculos seria as bases de abastecimento e pistas de decolagem, como o corredor ecológico está localizado no Vale Paraíba,  este problema não existe em função dos vários aeroportos  e pistas  de pouso na região.
O interesse dos múltiplos órgãos governamentais, juntamente com empresas privadas  instaladas ao longo da área  facilita a implantação e manutenção deste projeto.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Segundo dados levantados, existem vários modelos de avião de combate de incêndio, os norte americanos são considerados os melhores pela sua capacidade de carregar até 3800 litros  de água. Os  alguns aviões nacionais existentes são adaptados para este fim mas  sua função é  agrícola e sua  capacidade de armazenamento  é menor, 600 litros.
Os helicópteros utilizados nos combates de incêndio no Brasil não são adequados para este fim, e sim para auxiliar no rescaldo e resfriamento  e para apagar pequenos focos depois de uma ação mais intensa. O helicóptero é muito mais caro que estes aviões (a relação é de dois aviões para um helicóptero ) além de ser mais lentos que os aviões e transportar uma capacidade muito menor de água.
Estes aviões norte americanos de combate a incêndio foram projetados  também para ser utilizados para outras coisas tais como: dispersor de sementes e alevinos,combate a dengue, bombardeio de nuvens, além de aspersões agrocolas, como adubação foliar, e de fungicidas.
A larga experiencia de países como os EUA, Canadá, Espanha e Grécia, conclui que a unidade básica de uma esquadrilha de combate a incendio deve funcionar com o mínimo de tres aeronaves mais equipe de apoio na pista, criando uma sincronicidade de ações onde o combate acontece de forma contínua. Reabastecimento de água, decolagem e pouso são programados de acordo com a distancia entre o foco de incendio e a pista de operações. A equipe de apoio é composta por dois caminhões tanque para o reabastecimento de água e uma caminhonete para reabastecimento de combustível.
No Brasil, apenas em 2.006 a unidade da Embraer em Botucatu começou a formar pilotos em combate a incendios florestais. Hoje cerca de 70 pilotos estão credenciados, sendo que 8 deles estão envolvidos diretamente neste projeto.

METODOLOGIA :
O presente projeto compõe de dois tipos de ações : combate de incêndio aéreo e as outras ações : Reflorestamento,  etc.
Tanto para o combate de incêndio aéreo como  para o reflorestamento e outras ações, iniciaremos com uma comunicação à comunidade sobre este projeto, levando-os a se envolver com a proposta.
Esta proposta com a comunidade será desenvolvida em vários momentos:
1º momento: apresentação a comunidade a proposta e extensão do projeto de combate de incêndio aéreo e de reflorestamento e outras ações.
2º sensibilização e envolvimento da comunidade agrícola neste projeto, trabalhando novas práticas, causas e efeitos das queimadas.  Mostrando o impacto das queimadas no meio ambiente, nos recursos hídricos, como afeta a agricultura e a  sua colheita por meio de fatos concretos.
3º momento: a coleta de sementes nativas pela comunidade para serem utilizadas no reflorestamento do corredor ecológico;
4º momento: O envolvimento da comunidade no processamento das sementes  em cápsulas em gel para então ser dispersadas via aérea sobre uma determinada área. Este processo será feito por um técnico especialista mas envolvendo a comunidade.
5º momento: Divulgação das ações desenvolvidas para a comunidade agrícola  e o resultado obtido. 
As ações aéreas de combate aéreo serão desenvolvidas dentro de um plano estratégico desenvolvido junto com a equipe de combate de incêndio terrestre local , buscando assim potencializar as ações e ter uma intervenção mais eficaz.
Como as ações de combate de incêndio geralmente ocorrem no inverno,  o avião poderá desenvolver outras ações  no resto do ano, tais como :

As ações serão iniciadas em função do cenário da época, ou seja, poderá começar pelo reflorestamento ou pelo combate de incêndio.Estas ações áreas serão executadas por pilotos treinados tanto para o combate ao incêndio como em dispersor de sementes  nestes tipos de aviões.
Parceiros : Associação Vale Verde
Custo do projeto: